Instrução
não é educação.
Instruindo,
ditando “pseudo” saberes, conhecimentos e valores específicos, estreitos,
limitantes, tendenciosos e direcionados através de dogmas e sofismas, obtem-se a adestração e a restrição
mental do indivíduo, num aprisionamento intelectual transposto ao coletivo
através de mecanismos sociais de propaganda e comunicação, reforçadores
e mantenedores de um inconsciente coletivo.
Educando,
promovendo e ampliando no indivíduo sua capacidade e exercício de pensar
por si próprio, expandindo no mesmo um intelecto anti-viciável-enclausurante e crítico
à qualquer idéia que ao mesmo se apresente de maneira própria,
sugerida ou imposta, obtem-se a abertura e libertação mental individual, transpostas
a uma consciência coletiva através das idéias e visões contrapostas e discutidas no
âmbito coletivo por via de saberes e pensamentos
social e humanamente autônomos, estes, libertos dos radicalismos das imposturas
institucionais das “verdades absolutas, lógicas e racionais” impostas pela instrução, livres e infinitamente mutáveis
pela natureza do “pensar e repensar por si próprio”.
Históricas formas de poder entre governos e instituições políticas, econômicas, científicas ou religiosas, através da austeridade, da propaganda, da manipulação e da instrução ideológica
sobre as sociedades tem obtido secular e satisfatoriamente o resultado do estabelecimento da
ordem e de submissão das mesmas à seus interesses, em relações do tipo “senhorial
x servil”. Educando a sociedade pelo indivíduo, obter-se-á satisfatoriamente, ao revés, o resultado-produto de suas próprias idéias, anseios e liberdades, em transformações revolucionárias de sua própria visão e revisão de um mundo enfim “naturalmente humano”.
“Faça isso e siga-me”, inquere o instrutor.
“Observe,
entenda, pense sobre tudo e de todas as formas. Siga seu caminho”, propõe o educador.
(RL)
Nenhum comentário:
Postar um comentário