14 de maio de 2012

Fragmento #12513


Instrução não é educação. 
Instruindo, ditando “pseudo” saberes, conhecimentos e valores específicos, estreitos, limitantes, tendenciosos e direcionados através de dogmas e sofismas, obtem-se a adestração e a restrição mental do indivíduo, num aprisionamento intelectual transposto ao coletivo através de mecanismos sociais de propaganda e comunicação, reforçadores e mantenedores de um inconsciente coletivo.

Educando, promovendo e ampliando no indivíduo sua capacidade e exercício de pensar por si próprio, expandindo no mesmo um intelecto anti-viciável-enclausurante e crítico à qualquer idéia que ao mesmo se apresente de maneira própria, sugerida ou imposta, obtem-se a abertura e libertação mental individual, transpostas a uma consciência coletiva através das idéias e visões contrapostas e discutidas no âmbito coletivo por via de saberes e pensamentos social e humanamente autônomos, estes, libertos dos radicalismos das imposturas institucionais das “verdades absolutas, lógicas e racionais” impostas pela instrução, livres e infinitamente mutáveis pela natureza do “pensar e repensar por si próprio”.
Históricas formas de poder entre governos e instituições políticas, econômicas, científicas ou religiosas, através da austeridade, da propaganda, da manipulação e da instrução ideológica sobre as sociedades tem obtido secular e satisfatoriamente o resultado do estabelecimento da ordem e de submissão das mesmas à seus interesses, em relações do tipo “senhorial x servil”.

Educando a sociedade pelo indivíduo, obter-se-á satisfatoriamente, ao revés, o resultado-produto de suas próprias idéias, anseios e liberdades, em transformações revolucionárias de sua própria visão e revisão de um mundo enfim “naturalmente humano”.

“Faça isso e siga-me”, inquere o instrutor.

“Observe, entenda, pense sobre tudo e de todas as formas. Siga seu caminho”, propõe o educador.

(RL)

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